Ieda Cruz

Há poucos anos a chamada música popular moderna, considerada uma das mais sofisticadas do mundo, criada e tocada no Brasil nos anos 50 e 60, vem sendo redescoberta. Nomes como Zimbo Trio, Som/3, Sansa Trio, Sambalanço Trio e de seus personagens César Camargo Mariano, Simonal, Don Salvador, Leny Andrade, Flora Purin, Don Um Romão, entre outros, representaram, com o chamado samba-jazz, um período de apogeu da música brasileira.

foto de Arthur Amaral
foto de Arthur Amaral

Mais tarde Jorge Ben, Marku Ribas, Gerson King Combo, Banda Mantiqueira e a divina Black Rio fizeram o Brasil e o mundo chacoalharem suas cadeiras em um movimento musical que unia sambalanço, samba-funk, samba-reague, que uniam o rock e o jazz aos afro-ritmos. Alguns destes veteranos voltaram a atuar e muitas vezes ao lado de uma rapaziada que ainda acrescenta a influência destes tempos áureos à pegada contemporânea do hip hop e da música eletrônica. Assim é o trabalho de tantas bandas atuantes hoje em dia no cenário carioca e paulistano, e assim é também o trabalho da banda campineira Nêga Mądame, que bebe dessa fonte e já tocou acompanhada por grandes figuras como Di Melo e Gerson King Combo.

Desde 2002, a cantora Ieda Cruz e sua banda Nêga Madame tocam em bares e casas de show de Campinas e região. Ao lado de músicos excepcionais como o baixista Felipe Fidelis, o guitarrista Josimar Pereira, o percussionista Cris Monteiro, o baterista Elthon “Black Dog” Dias, o pianista Ricardo Crem, o Caco; e o naipe de metais formado por Rubinho Antunes no trompete, Marcelo Valezi, saxofonista e Jorge Neto no trombone, a cantora Ieda Cruz acaba de gravar seu primeiro disco autoral. Intitulado “Decote”, o album se destaca por apresentar uma mistura contagiante de samba-rock, jazz e funk , e mostra que a voz, potente, pode ser deliciosamente enérgica e ao mesmo tempo suave, levando um balanço mais que convidativo aos ouvidos afinados ao swing da música brasileira e ao groove internacional.

facebook | soundcloud | youtube